JOSÉ MOREIRA BRANDÃO CASTELO BRANCO,
Nasceu em Goianinha, a 4 de Setembro de 1828, e faleceu em Natal, a 16 de junho
e 1895. Os pais, Antonio Pita Brandão e dona Justina Moreira Brandão, eram
agricultores e educaram o filho excelentemente. Bacharelou-se na Academia de
Olinda, em 13 de novembro de 1849.
Estudando
direito, serviu na Secretaria do Governo Provincial de Pernambuco e suas
tarefas ficaram notáveis pela precisão, nitidez e acabamento meticuloso.
Impôs-se tanto a simpatia oficial que o presidente da Província, o conselheiro
Honório Hermeto Carneiro Leão, depois Marquês do Paraná, convidou-o para seu
secretário para que foi nomeado para Plenipotenciário no Plata.
Moreira
Brandão não aceitou dizendo, cousa rara ainda hoje, que o Rio Grande do Norte
precisava de esforço desinteressado dos seus filhos. Carneiro Leão convidou
outro secretário. Esse secretário foi o Visconde do Rio Branco.
Em
vês de fazer-se notável, Moreira Brandão voltou para Natal trazendo um Prelo
que comprara no Recife. Vinha advogar e ser o que foi toda a sua vida, um
Liberal puro. Trinta e anos depois, em 1884, dizia na Assembléia Provincial:
“Desde que eu, deixando os meus estudos acadêmicos, tive que entrar na vida
pública, alistei-me nas fileiras do Partido Liberal, trabalhando por esse
partido, na imprensa e em todas as ocasiões, que me ofereceram, prestando-lhe
os serviços compatíveis com as minhas forças...”
Fundou
o seu primeiro jornal, “O Argus Natalense”, 1851/1852. Substituiu-o em 1852
pelo “Jaguararí”, e ainda o “Fagote”. Em 1856 dirigia “A Liberdade”, que
circulou até 1857. Por duas vezes li que o fundador desse periódico fora Amaro
Carneiro bezerra Cavalcanti, o Dr. Amaro Barreto, invencível e invencido. Não
podia ser simplesmente por que o Dr. Amaro era do Partido Conservador até 1868
e não ia fundar um jornal adversário... onze anos antes de aderir.
O grande
jornal de Moreira Brandão foi o RIO GRANDE DO NORTE, em 1858, vivendo até 1862.
Neste
ano houve a “Liga Progressista”. O marquês do Paraná, o amigo de Moreira
Brandão, era presidente do Conselho de Ministros, e inaugurou uma política de
convergência, de aliança, com parte vultosa do Partido Conservador. No Rio
Grande do Norte, o coronel Bonifácio Câmara aceitou o convite de Moreira
Brandão e os dois formaram a “Liga Progressista”. Os outros chefes locais
ficaram de fora, zangados, com saliência os Cabraes. O jornal de Moreira
Brandão passou a chamar-se o “Progressista” e conservou o título até 1866
quando a LIGA desapareceu. Voltou o “Progressista” a ser o “Rio Grandense”, indo
a 1869.
Amaro
Bezerra passara-se para o Partido Liberal e instalara o diretório em novembro
de 1869. Nunca se deram intimamente, o irresistível Amaro e o veterano do
Partido, Moreira Brandão. O jornal do Dr. Amaro, “Liberal do Norte”, fundado em
1868, nenhum destaque concedia a Moreira Brandão, mas quando o Dr. Amaro
retirou-se da Província, numa “descida” do seu partido, só o jornalista
preterido era capaz de manter a campanha. Assim o “Liberal do Norte” foi
entregue a Moreira Brandão que o crismou o “Liberal” e o trouxe de... 1872 a
1883.
Ainda
em 1877, Moreira Brandão animou o “Ceará Mirim”, “especialmente destinado a
sustentar os interesses da agricultura”. Neste ano emprestou o Prelo a um
adversário, o Dr. Henrique Câmara, que pôs na rua “A Situação”, contra o
Presidente Nicolau Polentino.
Foi
um jornalista Político de incessante participação, doutrinador, polemista,
escrevendo com injetável serenidade e uma polidez incomparável. Dizia-se que
Moreira Brandão era um dos homens mais bem educados do seu tempo, distante de
intimidade, de pilhérias salgadas, de desabafos meridionais e niveladores.
Dez
vezes seu partido mandou-o à Assembléia Provincial: 1850/51, 1860/61, 1862/63,
1864/65, 1866/67, 1872/73, 1882/83, 1884/85, 1886/87, 1888/89. Secretário da
Província, Diretor da Instrução Pública em 1858 e 1866, fazendo a reforma da
Instrução Provincial. Deputado geral à 10ª legislatura do Império, 1846/66, à
17ª, 1878/81 e à 19ª, 1885/88, cumprindo nobremente seu dever, examinando os
problemas de sua Província, discutindo-os, esclarecendo a tardigrada e morosa
máquina administrativa da Côrte.
FONTE INTERNET
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