domingo, 29 de setembro de 2019

JOSÉ MOREIRA BRANDÃO CASTELO BRANCO




JOSÉ MOREIRA BRANDÃO CASTELO BRANCO, Nasceu em Goianinha, a 4 de Setembro de 1828, e faleceu em Natal, a 16 de junho e 1895. Os pais, Antonio Pita Brandão e dona Justina Moreira Brandão, eram agricultores e educaram o filho excelentemente. Bacharelou-se na Academia de Olinda, em 13 de novembro de 1849.
          Estudando direito, serviu na Secretaria do Governo Provincial de Pernambuco e suas tarefas ficaram notáveis pela precisão, nitidez e acabamento meticuloso. Impôs-se tanto a simpatia oficial que o presidente da Província, o conselheiro Honório Hermeto Carneiro Leão, depois Marquês do Paraná, convidou-o para seu secretário para que foi nomeado para Plenipotenciário no Plata.
          Moreira Brandão não aceitou dizendo, cousa rara ainda hoje, que o Rio Grande do Norte precisava de esforço desinteressado dos seus filhos. Carneiro Leão convidou outro secretário. Esse secretário foi o Visconde do Rio Branco.
          Em vês de fazer-se notável, Moreira Brandão voltou para Natal trazendo um Prelo que comprara no Recife. Vinha advogar e ser o que foi toda a sua vida, um Liberal puro. Trinta e anos depois, em 1884, dizia na Assembléia Provincial: “Desde que eu, deixando os meus estudos acadêmicos, tive que entrar na vida pública, alistei-me nas fileiras do Partido Liberal, trabalhando por esse partido, na imprensa e em todas as ocasiões, que me ofereceram, prestando-lhe os serviços compatíveis com as minhas forças...”
          Fundou o seu primeiro jornal, “O Argus Natalense”, 1851/1852. Substituiu-o em 1852 pelo “Jaguararí”, e ainda o “Fagote”. Em 1856 dirigia “A Liberdade”, que circulou até 1857. Por duas vezes li que o fundador desse periódico fora Amaro Carneiro bezerra Cavalcanti, o Dr. Amaro Barreto, invencível e invencido. Não podia ser simplesmente por que o Dr. Amaro era do Partido Conservador até 1868 e não ia fundar um jornal adversário... onze anos antes de aderir.
          O grande jornal de Moreira Brandão foi o RIO GRANDE DO NORTE, em 1858, vivendo até 1862.
          Neste ano houve a “Liga Progressista”. O marquês do Paraná, o amigo de Moreira Brandão, era presidente do Conselho de Ministros, e inaugurou uma política de convergência, de aliança, com parte vultosa do Partido Conservador. No Rio Grande do Norte, o coronel Bonifácio Câmara aceitou o convite de Moreira Brandão e os dois formaram a “Liga Progressista”. Os outros chefes locais ficaram de fora, zangados, com saliência os Cabraes. O jornal de Moreira Brandão passou a chamar-se o “Progressista” e conservou o título até 1866 quando a LIGA desapareceu. Voltou o “Progressista” a ser o “Rio Grandense”, indo a 1869.
          Amaro Bezerra passara-se para o Partido Liberal e instalara o diretório em novembro de 1869. Nunca se deram intimamente, o irresistível Amaro e o veterano do Partido, Moreira Brandão. O jornal do Dr. Amaro, “Liberal do Norte”, fundado em 1868, nenhum destaque concedia a Moreira Brandão, mas quando o Dr. Amaro retirou-se da Província, numa “descida” do seu partido, só o jornalista preterido era capaz de manter a campanha. Assim o “Liberal do Norte” foi entregue a Moreira Brandão que o crismou o “Liberal” e o trouxe de... 1872 a 1883.
          Ainda em 1877, Moreira Brandão animou o “Ceará Mirim”, “especialmente destinado a sustentar os interesses da agricultura”. Neste ano emprestou o Prelo a um adversário, o Dr. Henrique Câmara, que pôs na rua “A Situação”, contra o Presidente Nicolau Polentino.
          Foi um jornalista Político de incessante participação, doutrinador, polemista, escrevendo com injetável serenidade e uma polidez incomparável. Dizia-se que Moreira Brandão era um dos homens mais bem educados do seu tempo, distante de intimidade, de pilhérias salgadas, de desabafos meridionais e niveladores.
         Dez vezes seu partido mandou-o à Assembléia Provincial: 1850/51, 1860/61, 1862/63, 1864/65, 1866/67, 1872/73, 1882/83, 1884/85, 1886/87, 1888/89. Secretário da Província, Diretor da Instrução Pública em 1858 e 1866, fazendo a reforma da Instrução Provincial. Deputado geral à 10ª legislatura do Império, 1846/66, à 17ª, 1878/81 e à 19ª, 1885/88, cumprindo nobremente seu dever, examinando os problemas de sua Província, discutindo-os, esclarecendo a tardigrada e morosa máquina administrativa da Côrte.



FONTE INTERNET

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